O Tele Oncoped ICIA é uma iniciativa do Instituto do Câncer Infantil do Agreste (ICIA) criada para complementar o Sistema Único de Saúde (SUS), oferecendo suporte às Secretarias Municipais de Saúde no atendimento de casos suspeitos de câncer em crianças e adolescentes de 0 a 19 anos. Seu principal objetivo é apoiar os profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS) e outros níveis de atenção na detecção precoce de possíveis casos de câncer e garantir o encaminhamento adequado, quando necessário, para avaliação e tratamento no ICIA.O primeiro contato entre os profissionais da Atenção Básica e o ICIA ocorre por meio de ligação gratuita para o número 0800 0606 142. Após uma triagem inicial realizada pela equipe do ICIA, caso haja indicação, é agendada uma teleinterconsulta entre o profissional da APS e um médico especialista do ICIA. Durante a consulta, os especialistas orientam sobre a melhor conduta a ser adotada, seguindo os protocolos e fluxos de encaminhamento previamente estabelecidos em parceria com os municípios.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer infantojuvenil é a principal causa de morte por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos no Brasil, gerando um impacto significativo para as famílias e para a sociedade. Estima-se que, entre 2023 e 2025, quase oito mil novos casos de câncer infantojuvenil sejam diagnosticados no país. No estado de Pernambuco, são previstos aproximadamente 410 novos casos por ano durante esse período, sendo 43% desses casos estimados em crianças e adolescentes residentes no interior. Diante desse cenário, é fundamental intensificar o controle da doença e buscar melhores resultados. Isso exige ações específicas do setor de saúde, como a organização da rede de atenção e o desenvolvimento de estratégias eficazes para o diagnóstico precoce e o tratamento oportuno.
As leucemias são um tipo de câncer que acomete o sangue. É o câncer mais comum
na faixa etária pediátrica, presentando mais de 25% de todos os casos. O tipo mais comum é a Leucemia
Linfoblástica Aguda (LLA).
Sintomas:
Fraqueza e cansaço progressivo, palidez, sangramentos ou manchas roxas, febre
prolongada com piora progressiva, dores ósseas persistentes.
Os tumores cerebrais e do sistema nervoso central são o segundo
tipo mais comum em crianças, representando aproximadamente 20% dos cânceres infantis. Existem muitos
tipos de tumores cerebrais e o tratamento e prognóstico de cada um é diferente.
Sintomas:
Dores de cabeça, náuseas, vômitos, visão turva ou dupla, tontura e dificuldade para
caminhar ou manipular objetos.
O neuroblastoma é uma forma de câncer que se inicia
precocemente nas células nervosas encontradas em um embrião ou feto em desenvolvimento, sendo
responsável por cerca de 6% dos cânceres infantis. Esse tipo de câncer ocorre em lactentes e bebês.
Raramente é diagnosticado em crianças com mais de 10 anos. Esse tumor pode começar em qualquer local,
mas geralmente é diagnosticado no abdome.
Sintomas:
É percebido pelo aparecimento de inchaço na região abdominal, dor óssea e febre.
O tumor de Wilms é um tumor que começa em um ou, raramente,
ambos os rins. É mais frequentemente diagnosticado em crianças de 3 a 4 anos de idade, sendo incomum em
crianças mais velhas e adultos. O tumor de Wilms representa 5% dos cânceres infantis.
Sintomas:
Ele pode surgir como um inchaço ou nódulo no abdome, febre, dor, náuseas ou falta de
apetite.
Os linfomas frequentemente afetam os gânglios linfáticos e os
tecidos linfáticos, como amígdalas ou timo. Eles também podem afetar a medula óssea e outros órgãos,
provocando sintomas diferentes dependendo do local onde está se desenvolvendo. Existem vários tipos de
linfomas, sendo os linfomas mais comuns na infância o linfoma de Burkitt e Linfoblástico. Ambos os tipos
podem ocorrer tanto em crianças como em adultos.
Sintomas:
Os linfomas podem causar perda de peso, febre, sudorese, fraqueza e aumento de tamanho
dos linfonodos do pescoço, axilas ou virilha.
O rabdomiossarcoma é o tipo mais comum de sarcoma de partes
moles em crianças, começa nas células que normalmente se desenvolvem nos músculos esqueléticos e que
participam do movimento do corpo. Ele pode ocorrer na cabeça e no pescoço, virilha, abdome, pelve ou nos
membros (braços ou pernas). representando cerca de 3% dos cânceres infantis.
Sintomas:
Ele pode causar dor e/ou inchaço no local de crescimento do tumor.
É um câncer do olho e representa cerca de 2% dos cânceres
infantis. Geralmente ocorre em crianças na faixa etária de 2 anos e raramente é diagnosticado em
crianças com mais de 6 anos.
Sintomas:
Os retinoblastomas são normalmente diagnosticados porque os pais ou o médico percebem
algo atípico no olho da criança. Ao direcionar uma luz ao olho de uma criança, a pupila aparece vermelha
devido ao sangue dos vasos do fundo do olho. No olho com retinoblastoma, a pupila, tem o aspecto branco
ou rosa. Este brilho branco no olho geralmente é percebido em fotos tiradas com flash.
Os tumores ósseos ocorrem mais frequentemente em crianças mais
velhas e em adolescentes, mas podem se desenvolver a qualquer idade. Eles representam cerca de 3% dos
cânceres infantis. Os 2 tipos principais de tumores ósseos que acometem crianças são o osteossarcoma e o
tumor de Ewing.
Sintomas:
Dores persistentes e com piora progressiva, inchaço ou aumento do volume do membro
afetado, fraturas patológicas.
O ICIA já desenvolve atividades de capacitação sobre sinais e sintomas de câncer
por meio do projeto "Caravana do Diagnóstico Precoce", idealizado pelo Instituto. Esse projeto foi
reconhecido com o prêmio do Projeto DOM, do Grupo Fleury, em 2019, e recebeu o primeiro lugar como case de
sucesso na edição de 2022 do Congresso Nacional de Voluntários das Instituições de Apoio e Assistência à
Criança e ao Adolescente com Câncer – Convocc. Além disso, conquistou o 1º lugar na Premiação do Fórum
Intersetorial de CCNTS no Brasil, em abril de 2024.
A equipe multidisciplinar do ICIA visita os municípios de Pernambuco, levando informações sobre sinais e
sintomas sugestivos de câncer infantojuvenil para os profissionais de saúde locais.
A Plataforma de Teleinterconsulta e Ensino Tele OncoPed ICIA tem como
objetivo ampliar o acesso a informações sobre câncer infantojuvenil para a população em geral, além de
realizar interconsultas sobre casos suspeitos com profissionais da Rede de Atenção Básica e Unidades de
Saúde. A plataforma também oferece educação continuada para diversos públicos da área de saúde, abordando
temas como a epidemiologia, sinais e sintomas, e as formas de tratamento do câncer infantojuvenil.
A capacitação profissional é oferecida por meio de videoaulas, ministradas pelo Diretor Técnico do ICIA,
o médico oncologista pediatra Dr. Luiz Henrique Soares, além de outros especialistas do Instituto do Câncer
Infantil do Agreste. Os conteúdos focam na importância do diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil e
acesso rápido ao tratamento.
As inscrições são realizadas diretamente na Plataforma de Ensino, e todos os profissionais que
completarem 100% das aulas recebem um certificado validado pelo Instituto do Câncer Infantil do Agreste.
O câncer infantojuvenil corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer local do organismo. Diferentemente do câncer do adulto, o câncer infantojuvenil geralmente afeta as células do sistema sanguíneo e os tecidos de sustentação, é mais agressivo e de rápida evolução.
No Brasil, conforme dados do DATASUS são registrados mais de 10 mil novos casos de câncer infantil ao ano.
Nos tumores da infância e adolescência, até o momento, não existem evidências científicas que deixem claro a associação entre a doença e os fatores ambientais. Logo, prevenção é um desafio para o futuro. A ênfase atual deve ser dada ao diagnóstico precoce e à orientação terapêutica de qualidade.
• Perda de peso contínua e inexplicável;
• Dores de cabeça diárias com ou sem vômito de manhã;
• Inchaço ou dor persistente nos ossos ou articulações;
• Protuberância ou massa no abdômen, pescoço ou qualquer outro local;
• Desenvolvimento de uma aparência esbranquiçada na pupila do olho ou mudanças repentinas na visão;
• Febres recorrentes não causadas por infecções;
• Hematomas excessivos ou sangramento, geralmente repentinos;
• Palidez perceptível ou cansaço prolongado.
Não. O câncer pode ocorrer em qualquer idade, desde o período intraútero até a fase adulta. A faixa etária onde ocorrem o maior número de casos na infância ocorre entre os 2 e 5 anos.
O tratamento do câncer infantil é determinado com base no tipo e estadiamento da doença. As opções podem incluir cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Alguns tipos de câncer infantil podem ser tratados com altas doses de quimioterapia seguidas de um transplante de células-tronco. Novas medicações também estão auxiliando nesse tratamento como terapias alvo e imunoterapias.
Alguns efeitos indesejáveis podem ocorrer como fraqueza, diarreia, perda de peso, mucosite, queda de cabelos, náuseas, vômitos, boca seca, alterações paladar. A Radioterapia é bem comum descamação, escurecimento e vermelhidão da pele, principalmente na região das dobras, como pescoço e virilha.
A criança ou o adolescente em tratamento oncológico precisa frequentemente ser afastados de suas atividades de socialização como escola, passeios, amizades. Além disso, o diagnóstico do câncer infanto-juvenil provoca um sofrimento e instabilidade na dinâmica familiar. O acompanhamento contínuo da equipe multiprofissional, com pedagogos, psicólogos, fisioterapeutas, serviço social, entre outros, desta família é primordial pois assim se estabelece uma relação de respeito e confiança entre familiares e os profissionais, possibilitando a criação de um ambiente mais acolhedor e humanizado.
Estima-se, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), que o percentual mediano dos tumores pediátricos encontrados nos registros de base populacional brasileiros se situa próximo de 3%, o que permite o cálculo estimado de aproximadamente 12.600 casos novos de câncer pediátrico sejam diagnosticados no Brasil por ano, com pico de incidência na faixa de 2 a 5 anos, e um segundo pico entre 16 e 18 anos. A leucemia corresponde a 30% dos casos de câncer, seguida dos Tumores de do Sistema Nervoso Central e Linfomas. No país, o câncer infantil já é a primeira causa de morte por doença nesta faixa etária.
Ingesta frequente de líquidos - se houver restrição para beber líquidos seguir recomendação médica;
Antes de iniciar cada aplicação do tratamento radioterapia, a pele deve estar limpa e sem resíduos de pomadas ou cremes;
Evite banhos quentes, banho morno, sabonete neutro;
Evite exposição ao sol da pele irradiada;
Seque levemente a pele, não coçar a área que está recebendo irradiação;
Não depilar com cera depilatória ou lâmina a área em tratamento;
Os efeitos colaterais da radioterapia estão diretamente relacionados com área do corpo irradiada, dose administrada, tipo radiação e a capacidade das células saudáveis em reparar o dano. Os efeitos cumulativos da radioterapia podem aparecer durante a 3ª semana após início do tratamento. Esses efeitos podem ser agudos ou crônicos e as manifestações podem ser precoces ou tardias. Um dos efeitos Colaterais mais comuns é a fadiga. reações cutâneas, comum a descamação, escurecimento e vermelhidão da pele, principalmente na região das dobras, como pescoço e virilha. Perda de cabelo, náuseas, vômitos, perda de apetite.
Para receber a infusão das novas células o paciente precisa ter sido submetido primeiramente por um tratamento onde a medula óssea será destruída, recebendo altas doses de quimioterapia e de radioterapia. Então ele recebe a medula sadia como se fosse uma transfusão sangue. Uma vez na corrente sanguínea, as células novas da medula circulam e vão se alojar na medula óssea, onde se desenvolvem, o que chamamos de “Pega”. Após isso, torcer para que a medula do doador se adapte e não seja rejeitada.
Qualquer pessoa saudável, maior de 18 anos e menor que 60 anos, pode se inscrever como doador de medula óssea em um banco de sangue ou hemocentro que faça o cadastro. Para a inscrição no banco de doadores, chamado REDOME, é necessário o preenchimento e assinatura dos termos e a coleta de sangue periférico. Quando for encontrado algum receptor compatível, você será contactado e novas coletas serão realizadas. Se a compatibilidade for confirmada, a medula óssea (sangue que encontramos dentro dos ossos) será coletada sob anestesia, sendo liberada no mesmo dia do procedimento.
O câncer na faixa etária pediátrica ocorre principalmente nos tecidos de sustentação e sangue. Os tipos mais comuns são as leucemias, tumores do sistema nervoso central, linfomas e tumores sólidos como o neuroblastoma, sarcomas e o tumor de Wilms.
Sim. Fatores genéticos estão ligados ao desenvolvimento do câncer na faixa etária pediátrica. No entanto, esses fatores nem sempre são hereditários ou podem ser previsto. Atualmente, o foco das investigações está voltado para alterações genéticas que podem predispor ao câncer.
Por apresentar sintomas inespecíficos, o câncer pode muitas vezes ser confundido com outras doenças comuns na infância. É importante que sintomas persistentes e com piora progressiva sejam percebidos e a criança ou adolescente avaliada por médico capacitado. A detecção precoce é muito importante para o sucesso do tratamento e a obtenção da cura total da doença.
No Brasil a taxa de mortalidade do câncer infantil ainda é muito elevada. Um levantamento divulgado este mês pelo Instituto Desiderata concluiu que a média de mortes por câncer infantil no Brasil é quase duas vezes maior do que nos Estados Unidos. Enquanto aqui a média de mortes no período analisado (de 2000 a 2019) foi de 43,4 por milhão de jovens, nos EUA essa média foi de 22 óbitos por milhão.
Sim! O diagnóstico precoce e preciso, associado ao uso de protocolos terapêuticos voltados para essa população, equipe de saúde experiente e hospitais com credenciamento para o atendimento pediátrico aumentam as chances de cura.
A quimioterapia acontece em ciclos, compostos por dias de administração da medicação e um período de descanso, conforme cada protocolo terapêutico. A duração do tratamento pode variar dependendo o tipo de câncer e estágio da doença. Portanto, o tratamento pode durar entre 2 meses e 2 anos.
É fundamental o cuidado com a higiene pessoal, principalmente bucal, higiene dos alimentos, evitar contato com pessoas doentes e aglomerações, devido a redução das defesas do corpo associado ao tratamento. A alimentação deve ser saudável, rica em proteínas e calorias, e ingerir uma quantidade abundante de água potável. Cuidados com a pele, que pode sofrer muito durante o tratamento, fazendo uso de loções hidratantes e evitando exposição solar sem proteção. Fazer uso de sintomáticos para náuseas ou dores é recomendado.
Atualmente se reconhece que o aparecimento do câncer está diretamente vinculado a uma multiplicidade de causas e que em alguns tipos de câncer a susceptibilidade genética tem papel importante. É reconhecido na literatura científica que há um vasto número de doenças raras ligadas à instabilidade cromossômica, ao defeito de replicação e/ou no reparo do DNA que apresentam risco elevado de desenvolvimento de neoplasias ao longo da vida. Assim como, é sabido que radiação ionizante (RAIOS-X) e alguns agentes virais, como o Epstein Barr Vírus possui relação com certos tipos de tumores.
Acompanhamento psicológico é importante durante tratamento não apenas para as crianças, mas também para toda família, é fundamental para criança para que ela se recupere de forma saudável, e consiga lidar com seus medos e frustrações. As instituições de referência e habilitadas normalmente oferecem esse tipo de serviço. Além disso, serviços de apoio, como o Instituto do Câncer Infantil, também podem auxiliar com equipe multidisciplinar.
É um tratamento na qual se utilizam radiações ionizantes para destruir um tumor ou impedir que suas células aumentem. Estas radiações não são visualizadas e durante sua aplicação a criança não sente nada. A radioterapia pode ser usada em combinação com quimioterapia.
O transplante de medula deve ser indicado quando as chances de cura apenas com a terapia convencional são muito baixas. O transplante de medula óssea pode ser realizado com a medula do próprio paciente (autólogo) ou de um doador (Alogênico).
Para que se realize um transplante de medula é necessário que haja uma total compatibilidade entre doador e receptor. Caso contrário a medula será rejeitada. Análise da compatibilidade é realizada por meio de testes laboratoriais específicos, a partir do sangue do doador e receptor, chamado de exames histocompatibilidade.
São basicamente divididos em 3 tipos:
Alogênico: células tronco hematopoiéticas de um doador. Pode ser aparentado (irmão), não aparentado compatível (Doador fora da família) ou Haploidêntico (Pai ou mãe)
Autólogo: próprias células tronco hematopoiéticas do paciente são removidas antes que a quimioterapia e radioterapia de altas doses sejam administradas, então, armazenados para posterior uso. Após quimioterapia e radiação estarem finalizadas as células colhidas são infundidas na criança.
Singênico: doador é irmão gêmeo idêntico, mesma placenta.
Você pode entrar em contato conosco através do número 0800 0606 142 - A ligação é gratuita, vamos te retornar em alguns segundos.
O
Tele OncoPed
ICIA
foi desenvolvido pelo Instituto do Câncer Infantil do Agreste (ICIA) em parceria com as
Secretarias Municipais de Saúde, com o objetivo de complementar a linha de cuidados da oncologia pediátrica
no interior de Pernambuco. A plataforma foi criada para apoiar médicos e outros profissionais de saúde no
atendimento de casos suspeitos de câncer em crianças e adolescentes de 0 a 19 anos, garantindo o
encaminhamento adequado para tratamento especializado.
Quando um profissional de saúde atende uma criança ou adolescente com suspeita de câncer, ele pode
entrar em contato com o ICIA através do número 0800 0606142. Nesse contato, os profissionais do ICIA
discutem o caso e orientam sobre a melhor conduta a ser adotada, de acordo com protocolos e fluxos de
encaminhamento previamente estabelecidos com a gestão municipal de saúde.